"Literatura que não contribui
com o aperfeiçoamento do ser
humano é perversa ou inútil".

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

FOFOQUEIROS


FOFOQUEIROS
Lairton Trovão de Andrade
 

 Muitos dos vis fofoqueiros
São covardes - têm seus medos:
Espalham baixas fofocas
Sempre em forma de segredos,
E os incautos que os ouvem
Aumentam mais os enredos.

VELHO GRUPÃO


VELHO GRUPÃO
Lairton Trovão de Andrade

Velho Grupão,
Quanto tempo tem passado!
Quanta razão
Tenho agora em recordar!
Quanta emoção
Você tem sempre me dado
Que já nem posso pensar!

E quando eu partir
- Saudade e dor -
Aqui vou deixar
O meu labor.
Bem longe daque
Vou muito chorar.
Lembrança e saudade
Eu vou levar.

Velho  Grupão,
Quantos dias têm passado!
Quanta lição
Eu tenho aqui aprendido!
Com que paixão
Você tem me acariciado
Neste tempo bem vivido.

E quanto eu partir,
Dê-me uma flor!
Aqui vou deixar
Todo meu suor...
Bem longe daqui,
Com que vou ficar?!
Terei soledade
Pra me embalar...

Velho Grupão,
Quanto tempo tem passado!
Tanta ilusão
Tive sempre com você
Vai-se a missão
-Vai-se o "a" o "b" e o "c"...
Que triste é chegar no "z"!

E quando eu partir
-Saudade e dor-
Aqui vai ficar
O meu amor
Bem longe daquei,
Sem nada esperar,
Só com a saudade
Irei ficar...

O TELEFONE




O TELEFONE
Lairton Trovão de Andrade

" Vou levantar-me e percorrer
 a cidade." (Ct.3.2)

Naquela noite estava angustiado,
Queria ouvi-la no telefone;
Meu coração tão inconformado,
Olhava atendo o calado fone.

"Corre, ponteiro! Silêncio, passa!"
Silêncio aquele me perturbava;
Eu pressentia perder a graça,
Ao ver minh'alma que soluçava.

Era soluço com dor silente,
Queria tanto meu bem distante;
Aquela dor torturava a mente,
Enlouquecendo-me num  só instante.

Estava assim a entregar-me à dor,
Pra mim dizia: "Que infeliz eu sou!
Está bem longe o meu doce amor!"
Foi quando, enfim, o fone tocou...

Falou-me tanto - doce paixão!
Que foi difícil dizer o adeus:
-"Tchau, meu amor, foi dizendo, então,
"Um beijo, um beijo!.. Fique com Deus!"

TROVAS AO LUAR


TROVAS AO LUAR
Lairton Trovão de Andrade

Foi, nesta noite, o luar,
rompendo todo horizonte,
levar-te feliz sonhar
com tanto beijo em tua fronte.

É o luar testemunha
das juras de um trovador,
que  sincero te propunha
eternizar seu amor.

Desta triste penedia,
no luar busquei a paz,
pra fugir da nostalgia
que tua ausência me traz.

Deixa mais lindo o luar
As cenas vivas de amor;
Faz o matuto aspirar
O sonho do trovador.

Nas mornas noites de outono,
com este lindo luar,
muitas vezes, perco o sono
e sonho com teu olhar.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

MELHOR CARNAVAL DA VIDA

  

 MELHOR CARNAVAL DA VIDA
Lairton Trovão de Andrade

Quero dançar carnaval,
carnaval como jamais;
desejo erguer meu astral,
sufocando os tristes ais!

Serei, de novo, o Pierrô,
saltitando na avenida;
qual tempo do meu avô,
terei alegria e vida.

Venha, cheirosa bonina,
brinquemos como ioiô!
Venha, doce Colombina,
sou carinhoso  Pierrô!

Até do gordo Rei Momo
iremos roubar a cena;
você será linda ( e como!),
ornada de açucena!

Com seu coração em mim,
dancemos no mesmo paço!
Veja o engraçado Arlequim,
pulando como palhaço,

Enche-nos de fantasias,
folias de fevereiro;
em meio às alegorias.
brinquemos o dia inteiro!

No brilho da serpentina,
não percamos nosso enredo;
sou Pierrô – és Colombina,
amemo-nos, sim, sem medo!

SOU POEMA


SOU POEMA
Lairton Trovão de Andrade


Sou poema como a aurora
Que se renova no amor.
Vivo sempre meu agora
Bem feliz por onde eu for.
Levo pelo mundo a fora
A ternura de uma flor!

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

CARNAVAIS SAUDOSOS


CARNAVAIS SAUDOSOS
Lairton Trovão de Andrade

São ricas as fantasias
dos meses de fevereiro.
Carnavais – que ironias! –
são motivos do ano inteiro.

Já fui um Pierrô feliz
ao lado da Colombina.
Que bom o sonho motriz
que ilude, da gente, a sina!

Arlequim faz palhaçadas
aos olhos das colombinas.
Dançam drogas nas calçadas,
– oh, vis armas assassinas!

Tantos pierrôs delinquentes
nestes tempos tão carnais!
Assanham impertinentes
as colombinas sensuais.

São lindas alegorias
que se vê passar ali.
Ficam, porém, agonias
no chão da Sapucaí.

Carnaval! – Quanta ilusão
de um bloco de tanta asneira!
Eis o vazio coração
numa vida feiticeira.

Falsa alegria presente
destes tristes carnavais.
Hoje, minh´alma inda sente
Carnavais que não vêm mais.

Carnavais de antigamente,
inocentes, sem maldades,

ficam sempre em minha mente
com as dores das saudades. 

MANDE-ME SEU ABRAÇO


 MANDE-ME SEU ABRAÇO
Lairton Trovão de Andrade

Quando me vem seu abraço
com este doce sorriso,
sonho seguir o seu passo
em busca de um paraíso.

Meu paraíso é você,
estenda-me seu abraço,
é mel de vinho rosé*
que arrouba-me em seu regaço.

Sonho, pois, com seu abraço
que abala  minhas entranhas.
Nas sombras, nos seu encalço,
busco alegrias tamanhas.

Ainda que longe viva,
Dê-me abraços por e-mails!
mesmo nesta alternativa,
gozarei dos seus enleios.

O seu “e-mail” é uma carta,
ao ler seu nome, sorrio,
e minha vida se farta
por você me encher de brio.

Fala-me tudo, Meu Bem !..
No e-mail, dê-me seu traço!..
E não termine, porém,
sem me mandar seu abraço.