ÚLTIMO OLHAR
Lairton Trovão de Andrade
"Tu me fazes delirar com um só
dos teus olhares." (Ct.4.9)
Ó flor mimosa de pele clara,
De andar gracioso e espírito ardente,
Vejo-te sempre ao cair da tarde,
Na mesma hora do sol-poente.
Caminhas, meiga, pela calçada,
Levando afeto no coração;
Queria ser companheiro amigo
Pra dissipar tua solidão.
Carregas tanto, tanto pudor,
Que a elegância te é um presente;
Ninguém percebe que estás passando,
Mas eu, parado, te vejo sempre.
Muito tranquila só na aparência,
Pela calçada vais caminhando;
Leva o destino ao lado oposto
A doce musa que está amando.
Quando aproximas daquela esquina,
Com ansiedade queres voltar;
Contendo o impulso, ao dobrar a rua,
Volves pra dar o último olhar.
Jamais me esqueço daqueles olhos,
Que me olharam em fugaz momento;
Ali, parado, fico sonhando,
Sem perceber que foste com o vento.
E vais descendo ladeira abaixo,
No rumo triste da solidão...
Tanto queria conter-te a lágrima
Pra não molhardes teu lenço em vão.
Lairton Trovão de Andrade
"Tu me fazes delirar com um só
dos teus olhares." (Ct.4.9)
Ó flor mimosa de pele clara,
De andar gracioso e espírito ardente,
Vejo-te sempre ao cair da tarde,
Na mesma hora do sol-poente.
Caminhas, meiga, pela calçada,
Levando afeto no coração;
Queria ser companheiro amigo
Pra dissipar tua solidão.
Carregas tanto, tanto pudor,
Que a elegância te é um presente;
Ninguém percebe que estás passando,
Mas eu, parado, te vejo sempre.
Muito tranquila só na aparência,
Pela calçada vais caminhando;
Leva o destino ao lado oposto
A doce musa que está amando.
Quando aproximas daquela esquina,
Com ansiedade queres voltar;
Contendo o impulso, ao dobrar a rua,
Volves pra dar o último olhar.
Jamais me esqueço daqueles olhos,
Que me olharam em fugaz momento;
Ali, parado, fico sonhando,
Sem perceber que foste com o vento.
E vais descendo ladeira abaixo,
No rumo triste da solidão...
Tanto queria conter-te a lágrima
Pra não molhardes teu lenço em vão.
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