"Literatura que não contribui
com o aperfeiçoamento do ser
humano é perversa ou inútil".

sexta-feira, 19 de abril de 2013

MARTIR DA PÁTRIA


MARTIR DA PÁTRIA
Lairton Trovão de Andrade

Tiradentes, no patíbulo,
Comoveu a multidão;
Sua morte, incenso em turíbulo,
Fora aos céus em oblação.

A Conjuração Mineira
Aspirava a liberdade,
Pois a Nação brasileira
Era só calamidade.

Já não havia mais ouro,
- Fora-se embora a riqueza;
Ficou angústia com choro,
Pra coroar a pobreza.

Tiradentes, para o povo,
Sonhava co´a coisa pública;
Previa um futuro novo:
Independência e República.

Guiou a Conjuração
E terminou enforcado;
Por querer livre a Nação,
Teve o corpo esquartejado.

Tiradentes assumiu
A Trágica Inconfidência;
Não pôde dar ao Brasil
A glória da Independência.

Joaquim Silvério dos Reis
Foi quem traiu Tiradentes;
Mas não foi um, foram três
As venenosas serpentes.

Morreu qual vil condenado,
Mas é simbolo de herói;
O seu sangue derramado
Nossa Pátria inda constrói.

Salve, ó Mártir Tiradentes,
Seu sangue não fora em vão!
Seus dias foram sementes
De heróis que aqui nascerão!

quinta-feira, 18 de abril de 2013

DESABAFO AO VENTO


DESABAFO AO VENTO
Lairton Trovão de Andrade

Resplendente passou meu império,
Afogou-se na dor minha glória...
Ri melhor quem, porém, ri depois.
Ontem ainda vi infâmias por saldo,
Sobre as pedras de um templo bendito.

Até então amizade e confiança,
Mas colegas tornaram-se algozes:
Investiaram na minha derrota,
Garantindo meu nome nas cinzas...
Sobre a ingrata consciência perversa!

Muita vez, só contei com tão pouco...
Enlodaram-me qual criminoso!
Ursos foram até nos favores,
Sem remorsos em suas consciências.

Ostentando caráter na luta,
Batalhei, refazendo meus dias,
Revivi caracteres biônicos;
Infinita é a glória em conquista,
Garantindo-me espaço feliz;
Anunciei, pra mim mesmo, vitória:
Derrotei inimigos perversos,
Obstruindo figuras devasssas.

Mais que tudo: bandeira da paz!
Exilado no gelo está o urso;
Salafrária Gestapo em destroço,
Muxibentos fantasmas se esvaem,
Ocultando derrota humilhante.

Pude ver o triunfo brilhar,
Obstinado busquei o meu cetro
Ribombei o castelo assombrado!

Tudo mesmo chegou ao bom termo:
Ululando os maus tempos se foram;
Doravante restou-me a história,
Ornamento que tenho por glória.

QUANDO PENSAR EM MIM...


QUANDO PENSAR EM MIM...
Lairton Trovão de Andrade

Quando pensar em mim,
Que me ame com força irresistível!
Que seu amor contemple a bondade
Que, porventura, exista em mim.
Que me ame pelo caráter que, aos poucos,
O tempo foi me edificando.
Oxalá, me ame pelo que sou no meu espírito
E pela essência da minha alma.

Quando pensar em mim,
Quero que seu amor seja eterno,
E que tenha você razões eternas,
Para me amar eternamente...

quinta-feira, 11 de abril de 2013

QUISERA SER


QUISERA SER
Lairton Trovão de Andrade

Quisera ser a brisa que beija teu corpo,
O raio de sol que ilumina teus dias,
A água do chuveiro que refresca tua vida,
A toalha meiga que à tu´alma acaricia,
A escova que se extasia com teus cabelos.

Quisera ser silhueta do teu rosto lindo,
A emoção do teu andar inconfundível,
A sombra fiel do teu corpo ardente,
A poeira fina com a marca dos teus pés,
A aura invisível da tua imagem enternecida.

Quisera ser teu sonho de lendárias noites,
A paixão sem fim das tuas inquietudes,
A saudade que acompanha tuas lembranças,
O suspiro atraente das tuas conquistas,
A bondade serena que alegra teu sorriso.

Quisera ser poema que inova teus humores,
O tanger emotivo do teu coração,
A seiva vital das tuas células vibrantes,
A hemoglobina que cora a razão da tua vida,
O oxigênio que purifica o ar da tua mente.

Quisera ser a canção que te faz ninar,
A chuva fina que toca a vidraça da tua casa,
A goteira monótona que te leva ao sonho,
O calafrio do teu corpo, ante o ulular do vento,
O cobertor que aquece as tuas noites frias.

Quisera ser o milagre das tuas preces,
O genuflexório, onde  te ajoelhas piedosa,
A graça celestial que te inebria a alma,
A paz que rega a tua consciência delicada,
A esperança na plenitude da tua vida.

Quisera ser, da imagem sacra, os pés que beijas,
A lágrima pungida dos teus olhos ternos,
O remédio milagroso da tu´alma enferma,
O manto leve que o anjo amigo te estendeu,
A voz de ouro que te chama de Meu Bem...

TROVA INFINITA


TROVA INFINITA
Lairton Trovão de Andrade

Eleva-nos muito a mente,
singela arte erudita,
os vinte e oito sons somente
de uma trova bem escrita.

São quatro versos apenas,
minipoesia graciosa,
letras sonoras, amenas,
- a trova é sempre saudosa.

Ainda que tão pequena,
semeia a trova cultura,
em quadra meiga e serena,
à nossa Literatura.

Trova que fala de Deus,
eterna ideia bendita,
mesmo negando os ateus,
é sempre trova infinita.