"Literatura que não contribui
com o aperfeiçoamento do ser
humano é perversa ou inútil".

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

MENINO POBRE


MENINO POBRE
Lairton Trovão de Andrade

O que vê o menino pobre,
Ao contemplar seu brinquedo
– Um carrinho, antes nobre –
De algum dia de folguedo?

É carrinho de criança,
Agora sujo, sem roda,
Que deixou toda esperança
De, sorrindo, andar na moda.

Olhando para o carrinho,
O bom menino nem chora.
É feliz pelo carinho
Da pobre mãe que o adora.

Humilde é sua casinha,
O ambiente é familiar.
Sempre a alegria avizinha
Do calor de um doce lar.

Em sua infância nem vê
Que há tantos sonhos quebrados!
Dizem jornais que se lê:
Quantos sorrisos roubados!

Por esta infância tão dura,
Que será do seu porvir?
Hoje, com sua alma pura,
A pobreza o vê sorrir.

Como será seu futuro
Neste país de apreensão?
Vê-se aqui tanto perjuro,
Tanta injúria e corrupção.

Sem tanta oportunidade
De algum emprego decente,
Esvai-se a felicidade
Numa terra inconseqüente.

A Pátria é cheia de dor,
E dor sem nenhum mistério...
Neste mundo há enganador
Até lá no Ministério!

Mas n´alma desta criança,
Mesmo que a pobreza a sagre,
Há chance, há muita esperança,
Ainda que por milagre!

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