"Literatura que não contribui
com o aperfeiçoamento do ser
humano é perversa ou inútil".

quinta-feira, 12 de julho de 2012


 
Lairton Trovão de Andrade

Ainda que um ser social eu seja,
Que adore, dos semelhantes, o convívio,
Que, em contato com pessoas, tenha vivido profissionalmente,
Ainda assim, muitas vezes, eu gosto de estar só,
Eu preciso ficar só:
Só – em companhia de mim somente.

Quando estou só, não me sinto em solidão:
Dou asas ao meu pensamento,
Tenho sonhos  em preto e branco,
Sonhos coloridos, lindos,
Construo castelos,
Encontro a princesa mais bela,
Faço poemas,
Escrevo trovas,
Componho silenciosas melodias,
Desenvolvo um pensamento filosófico...

Ah, como sou feliz quando estou só:
Eu medito,
Eu discuto,
Eu canto,
Eu grito...
Sou barulhento
Nas profundezas do meu silêncio.

Quem não é capaz de ficar só
É vazio em seu interior,
Não tem razões para pensar,
Nem para sonhar,
Nem de gostar de si.
Então, quando só,
Vive em solidão,
Na  solidão  que o aprisiona,
Que o esmaga brutamente
com ruídos ensurdecedores.

Mas eu preciso, às vezes, estar só,
Para que possa produzir algo de bom,
Para sentir o interior da minha alma,
Para renovar minha esperança,
Para fortalecer minha fé,
Para me encontrar com o Onipotente
E, em oração contrita, dizer:
“Obrigado, meu Deus,
Porque não fico só
nem quando estou só”!..

Nenhum comentário:

Postar um comentário