"Literatura que não contribui
com o aperfeiçoamento do ser
humano é perversa ou inútil".

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

AUGÚRIOS DE NATAL


AUGÚRIOS DE NATAL
Lairton Trovão de Andrade

Com ânimo celestial,
florescem as amizades;
eleva-se todo astral,
com luzes da cristandade.

Viva, pois, sua alegria!
Vem Jesus pra nos salvar.
Tudo é brilhante - sorria,
lance a tristeza no mar!

Que a esperança se renove
numa eterna mocidade!
Que sua alma, sempre jovem,
respire a felicidade!

Pelo bom Papai Noel,
dou-lhe um presente especial:
"Sacos de Paz" num corcel
e um grande Feliz Natal!

domingo, 17 de novembro de 2013

NA JANELA



NA JANELA
Lairton Trovão de Andrade

"Tuas faces são graciosas
entre os brincos" (Ct. 1.10).

Formosa e atraente naquela janela,
Perfumes de amor exalavas sem fim;
De novo, da esquina, em belíssima tela,
Quisera rever o que vive por mim.

Daquela sombria e apática esquina,
Eu vi a velha casa espargindo jasmim;
O rosto de encantos de meiga menina
De amor acendeu-se - brilhava pra mim.

E longe te vi, lá naquela janela,
Meu ser, por inteiro, vibrou de alegria;
De ver tanto amor na tua face tão bela,
Senti que feliz eu contigo seria.

Assim, ao te ver, calorosa quão linda,
Não pude conter da emoção o pulsar;
Correndo apressado, queria eu, ainda,
No fogo do teu coração me abrasar.

Na sala adentrei-me, onde estavas sorrindo,
Teus olhos brilhavam com grande emoção;
- Macios cabelos!.. Que rosto tão lindo!..
Beijando, abracei-te com muita paixão.


CANTIGAS


CANTIGAS
Lairton Trovão de Andrade

Quem dá mostras de iracundo
e não tem algum amor
vive sozinho no mundo,
não sente o cheiro da flor.
  
....................


Neste mundo, tudo passa,
contra nosso próprio gosto;
tudo se torna fumaça
dizem as rugas do rosto.

.......................


Político salafrário,
que mente co´insensatez,
calunia o adversário
do mal que ele próprio fez!


O QUE SOU


O QUE SOU
Lairton Trovão de Andrade

Sou minúscula partícula
de uma ideia que,
desde o princípio dos tempos,
pairava na possibilidade do ser.

Da magnitude da criação,
sou um grãozinho de areia,
onde o inefável é a realidade.

Faço parte do mistério da criação.

Sem meus reais progenitores,
não haveria o "eu" que há em mim,
e nas sombras da eternidade,
teria permanecido no impossível.

Porém,
diferente de tudo, eu nasci
e estou aqui.

Noutra dimensão possível,
poderia ter sido anjo do céu.
Não sou.
Poderia ter sido um demônio
- credo! Não sou.
Poderia ter nascido gato, ou sapo,
ou macaco... Mas não!
Tive melhor sorte!

Nasci com matéria e forma humana
- outro Adão, sem paraíso...
Nasci um ser humano que chora,
que ri e que canta;
que discorda, que apoia
e que ama;
que luta, que ganha e que perde;
que pensa, que sonha e que faz;
que acerta, que erra e que reza.

Nasci
e lutei,
acreditando,
na possibilidade do crescimento
rumo à Perfeição.

Sou o que sou,
diante da natureza
e da grandeza infinita do Criador.

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

FLORES QUE TE DOU


 FLORES QUE TE DOU
Lairton Trovão de Andrade

Abraça as flores que te dou,
São as mais belas do jardim...
- Nem mesmo o tempo as desbotou.

Receba as flores que colhi
Do alvorecer do infindo amor...
- Sinta a fragrância que eu senti!

As lindas flores que te dou
São versos nobres - voz do amor,
Que o meu viver te consagrou.

Só restam flores pra te dar!
Dobra-se humilde este meu ser...
-Não há mais nada pra sonhar.

Das cores vãs deste meu mundo,
Tudo é passado, é céu escuro...
- Vivo a dormir sono profundo.

Contempla as flores que te ornou!
- São poemas vivos de amor
Que a saudade imensa ditou..

DESEJO MAIOR


DESEJO MAIOR
Lairton Trovão de Andrade

Ao meu fim, quando eu chegar,
a Glória queria eu ter.
Por uma luta exemplar,
queria o céu receber.

Sei que, de Deus, não mereço
o gozo da eternidade;
mas tenho o santo endereço
do seu perdão e piedade.

Frágil sopro é minha vida
nos vales, vezes sombrios.
Com fé, em luta renhida,
vencerei monstros bravios.

Quando partir deste mundo,
Que tenha eu a certeza:
Que foi o amor mais fecundo
que me deu certa nobreza.

A velha Sabedoria
diz que a vida é passageira.
É vaidade e ninharia
a ganância rotineira.

Ao mundo cheguei desnudo,
que bens levarei comigo?!
Dê-me a graça, ó Deus, contudo,
de ter o Céu  por abrigo...

Quero, com o Pregador,
dizer entre tanto embate:
Dê-me a coroa, Senhor,
“Combati o bom combate”!

domingo, 27 de outubro de 2013

AMIGO DA ONÇA


 AMIGO DA ONÇA
Lairton Trovão de Andrade
 

O calor relembra o vento,
O vento relembra a semente,
A semente relembra o capim,
O capim relembra a vaca,
A vaca relembra o leite,
O leite relembra o queijo,
O queijo relembra o rato,
O rato relembra o gato,
O gato relembra o cão,
O cão relembra o gambá,
O gambá relembra a galinha,
A galinha relembra o ovo,
O ovo relembra o vira-lata,
O vira-lata relembra o tamanduá,
O tamanduá relembra o amigo da onça,
O amigo da onça relembra a traição,
A traição relembra a desconfiança,
A desconfiança relembra o fim.

RAPOSA FELPUDA


 RAPOSA FELPUDA
Lairton Trovão de Andrade

Raposa vil
Que não se assume,
"Troca de pelos
Não de costume".

Vive da astúcia
À noite inteira;
E tem, de dia,
Pata ligeira.

Riso rasgado
De tom matreiro,
Gosma na fala
De sorrateiro.

Raposa cínica,
Toda às avessas,
Que engana o mundo
Com suas promessas.

Na sua sina,
Mente pro leão,
Amarra a onça,
Engana o cão.

Campeia sempre,
Corre de dia,
Furta do povo,
Tem regalia.

Ao mundo inteiro
Finge amizade,
Mas ela tem
Só falsidade.

De rabo em leque,
Raposa esperta,
Em nossa trilha,
Sua vida acerta.

Tem avidez,
Dedo ligeiro,
Só faz estragos
No galinheiro.

Lá se vão dias,
Olha, Sinhá!
Esta raposa
Cheira a gambá.

Vulpino ser,
Vida traiçoeira,
Seu fim será
Numa ratoeira.

Dessa raposa
Fogo no rabo;
Que vá pros quintos!
Que vá pro diabo!

DANÇA NA FESTA


DANÇA NA FESTA
Lairton Trovão de Andrade

Na festa rolava a dança,
Com muito riso e alegria;
Nos dançarinos, pujança,
Muita coisa ali havia...

A sanfona até chorava,
Ao lado do bandolim;
E o pandeiro se mostrava:
"Dê olhadinha pra mim"!

Os pares tão agarrados
Sambavam pelo salão.
"As favas vão os pecados,
Que dance nossa paixão"!

Houve quem soltou a franga,
Em sinal de rebeldia,
E dançava só de tanga
Até ao raiar do dia.

sábado, 12 de outubro de 2013

O MESTRE


 O MESTRE
Lairton Trovão de Andrade

Raio incandescente de calor intenso,
Lume que incendeia inculta inteligência,
Cristalina lente de sabedoria,
A mostrar caminhos de verdade e ciência.

Onde está o limite desta mente imensa,
Que retém do mundo o segredo e o mistério?!
É bússola certa que indica o norte,
Oh! agulha sacra! - Sacro magistério!

É missão sublime de guerreiro forte,
Que no alvorecer determinou combate,
Dissipando as trevas da mente soberba,
- Ignorância e dores que o mundo abate.

Inefável dom que se formou no céu,
Vocação divina - missão abençoada,
Ensinar a arte de melhor viver
E dar o absoluto por um quase nada.

O mestre transcende às riquezas do mundo,
Não tem tempo algum pra garimpar o ouro;
É virtuoso artista a modelar espíritos
E fazer discípulo é o seu tesouro.

Não caminha à frente qual desbravador,
Nem arqueja atrás em espinhosa trilha;
De mãos dadas, lado a lado, com discípulos,
Pras veredas ricas mais e mais palmilha.

Rolando vaidades perante seu pés,
Riqueza amontoa, que não vê o ladrão;
A felicidade jamais é o "ter,
Porque nobre é o "ser", sua única paixão.

Vai levando a luz, em meio à escuridão.
E, assim, se transforma, o coração agreste;
Na pedagogia de um sublime amor
Bem gravado fica o espírito do mestre.

ESTRELA DO MEU CÉU


ESTRELA DO MEU CÉU
Lairton Trovão de Andrade

"Tu és bela, tu és formosa. "
(Ct. 4,1)

No céu da minha vida,
Há uma rara Estrela;
Na imensa nebulosa
Deslumbra-me em vê-la.

Do mundo nada almejo,
Se a tenho sempre bela;
É luz do meu caminho
A minha alva Estrela.

No abismo não te escondas,
- Adoro a minha Estrela!
Perdido eu estaria,
Se não pudesse tê-la.

Sozinho, minha Estrela,
O que podia eu ser?
- Seria escuridão
De eterno padecer.

Com vida de dez séculos,
Meu sonho nela eu pus;
A cada dia mais,
Verei a sua luz.

RIO PINHALÃO


RIO PINHALÃO
(Ribeirão Grande)
Lairton Trovão de Andrade
 

Águas mansas, mansas águas,
Que descem pelas encostas,
Brincando com redemoinhos,
Levam sonhos, levam mágoas,
Decepções cheias de crostas,
Em chorosos burburinhos.

Do Rio, em cada paragem,
De alegria ou de tristeza,
Há história pra contar;
A enchente que alaga a vargem,
Com a forte correnteza,
Arrasta histórias pro mar.

Como é imensa a saudade
Dos infantes gorjeios tantos
Em águas do Ribeirão!
Fora-se a felicidade
Que trouxera seus encantos
Às ondas do Pinhalão!

As flores das quaresmeiras
Povoam suas barrancas,
Matizando águas do Rio.
Sobre as verdes trepadeiras
Pousavam garcinhas brancas
Que voavam pro céu de anil.

Na altura do "Lavador",
Senhoras branqueavam roupas,
Num festival de alegria.
O ágil Martim Pescador
Prendia-se nas garoupas
Da pujante cercania.

E a traquina criançada
Saltitava em algazarra
Na prainha do "Razão".
Os gritos da petizada,
Como cantos de cigarra,
Zumbiam no Ribeirão.

O "Poção", a "Corredeira",
A velha "Ponte-de-Pedra",
O lago ameno da "usina"!
A brisa da "Amoreira",
Delícia que ainda medra
Até a saudosa "turbina"!

Extensa aguada em represa
Na "Ponte da Serraria"
- Cevada região pesqueira!
Ali, havia a certeza
De pródiga pescaria
De segunda à sexta-feira.

O Rio declina o planalto...
É mais bravio na ladeira,
- Protegido pela mata.
Tomba, espumejante, do alto,
Criando linda cachoeira,
Em dobres de serenata.

Que saudade eu tenho agora
Dos meus tempos de esperança
Nas margens do Pinhalão.
Saudade tanta se aflora
Dos dias quando, em criança,
Sonhava meu coração.

 
... E descem as mansas águas,
Descem pelas encostas,
Águas do rio que se expande...
Leva sonhos, leva mágoas,
Decepções cheias de crostas,
O calmo Ribeirão Grande.
 

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

QUADRA


QUADRA
Lairton Trovão de Andrade

Vê-se por estes cantos
quem tem ar de santarrão;
engana "todos os santos"
mas jamais o sacristão.

***
 
Quão misterioso é o amor:
Morre com a falsidade,
sorri para a linda flor,
sofre co´a felicidade.

***
 
Veja só que coisa louca:
Pobre coitado é o ciumento
- Tem raiva do guarda-roupa
e medo do que está dentro.

***
 
Quem só usa de trapaça
não tem uma vida longa;
cedo ou tarde bem de enlaça
na sua própria mironga.

MARILIA


MARILIA
Lairton Trovão de Andrade

"É gracioso o teu pescoço
entre os colares de pérola." (Ct. 1.10)


... E tanto sonhou,
Donzela inocente,
Em ter um amor,
Sublime e clemente,
Que fosse exclusivo
Com muito calor,
De puro romance.
Só mesmo de amor.

Sonhou com amor,
Menina inocente,
E um novo Dirceu
Surgiu-lhe na frente,
Com seiva de vida
- Real salvador -
De puro romance
Só mesmo de amor.

De um sonho visão,
Idílio de amor,
Beleza do lírio,
Rosáceas de odor,
Poema d´aurora,
Do autor juvenília,
Essência da ópera,
Oh, nova Marília!

O amor encontrou
Paixão neste amor,
Suspiros em versos,
Canção de louvor;
Se és a Marília,
Sou todo Dirceu,
Assino meu nome,
Marília, sou Eu!

sábado, 21 de setembro de 2013

DOCE PRIMAVERA


DOCE PRIMAVERA
Lairton Trovão de Andrade

Rejubila a primavera,
brilham mil milhões de flores;
extasia-se a atmosfera
com deliciosos odores.

A primavera é sorriso,
é sonho feito de flores,
alegria e paraíso,
onde renascem amores.

Em meio às cores e luz,
já não vejo atrocidade;
a esperança que me induz
tem cor de felicidade.

Nesta estação delirante,
eu sinto sua alma arder;
esse amor aconchegante
é razão para eu viver.

Que seja sempre você
minha eterna primavera!
Será o melhor buquê
que, à minha vida, provera.

Como doce primavera,
que Deus a conserve em flor!
Formosa assim (quem me dera!)
sempre serás grande amor!

VERSOS MORTOS


VERSOS MORTOS
Lairton Trovão de Andrade

Aqueles versos que eram brancos,
Feitos de salmos e saudades,
Ficaram murchos, sem encantos.

O poema, onde escrevi
"Lírios são hinos de aventura",
Não teve ais de frenesi.

A indiferença que eu sofrera
Razões não teve pra sonhar!
(Joguei meus versos na lixeira).

domingo, 15 de setembro de 2013

ESTRELA D'ALVA


 ESTRELA D´ALVA
Lairton Trovão de Andrade

O amor é sem fronteira,
Diz sempre o coração;
Fragrâncias seresteiras
- O amor é uma canção.

Mil dias são passados,
Momentos definidos;
No amor somos regados,
No amor fomos unidos.

E quando, em solidão,
Eu busco a luz que salva,
Contemplo na amplidão
A minha Estrela d´Alva.

Formosa é minha Estrela,
Igual não há no céu:
Eu quero sempre vê-la
Daqui do meu vergel.

Qual chama de uma vela,
Sou eu sempre  a queimar;
Se não sonhar com ela,
Vou logo me apagar.

O olhar de quem me salva
Eu quero sempre ter;
Ó doce Estrela d'Alva,
Por ti vale o sofrer!

É eterna em pensamento
A estrela em seu brilhar;
Mil preces - doce alento -
Nas ondas deste mar.

HINO DO PORTAL CEN


HINO DO PORTAL CEN
Lairton Trovão de Andrade

Soberano Portal da cultura,
Luminoso jardim do saber,
Teus autores te elevam na altura
Por lhes dar mil razões de viver!


ESTRIBILHO

Salve, nobre Portal CEN,
Poderosa é tua voz!
Mais que ti não há ninguém,
Salve, “CÁ ESTAMOS NÓS”!


II

E qual pombo-correio eletrônico,
Voas tanto os febris continentes;
Tens vibrante vigor, sempre harmônico,
Com notícias saudáveis presentes.


III

Dás guarida aos humildes artistas,
Hás de ter duração milenar
Por teus gestos de amor altruístas.
O teu seio é Mecenas sem-par,


IV

És a Ponte eficaz Literária,
Há um só corpo Brasil-Portugal,
É real esta união solidária,
–“CÁ ESTAMOS NÓS” – Grande Portal!


V

Irmanados vivemos felizes,
Pois família formamos também;
Os riquíssimos tons dos matizes
Enobrecem a glória do CEN.

 12.03.2007

domingo, 1 de setembro de 2013

ASA-BRANCA


ASA-BRANCA
Lairton Trovão de Andrade

"Em nossa terra já se ouve
a voz da pomba."
               (CT.2.12)

 

Asa-branca do sertão,
Foste, um dia, aprisionada,
Impiamente lacerada,
Por abutre sanguinário;
Teu encanto fora em vão,
Tua meiguice deprimiu-se,
Teu espírito extinguiu-se,
- Este abutre é funerário.

A tristeza a dor suscita,
A campina chora a flor,
É saudade de um odor
Que se esvai em crime bárbaro.
Asa-branca, ressuscita!
Onde estás, ó ave rara?
Vem trazer doçura cara!
- Este abutre é sangue tártaro.

Asa-branca depenada,
-Que tragédia tenebrosa!
Esta garra criminosa
Faz do cão vil animal.
Tua candura - avermelhada...
Como é triste a tua face!
A vergonha é teu impasse!
- Este abutre é irracional.

Asa-branca, ressuscita!
Por ti chora a cachoeira,
Vê: Murchou a quaresmeira
Nas encostas dessas águas;
Até a pobre parasita
Abre os braços com ternura,
Esperando a rola pura
Vir calar as suas mágoas.

 

DÁDIVA DE AMOR


DÁDIVA DE AMOR
Lairton Trovão de Andrade

"O perfume das tuas vestes
é como o pefume do Líbano".
           (Ct. 4.11)
 

Pra você, meu amor, mais este dia...
Que ele seja repleto de poesia...
Da primavera dou-lhe seu sorrir
E dos jardins, canteiros a florir.

Pra você, meu amor, todo perfume...
A mais brilhante estrela dou-lhe o lume;
Os seus pés, com carinho, quero pôr
Tudo o que vá lhe dar muito louvor.

É certo que das flores a fragrância
É menor que o aroma da elegância
De você recendendo, sem cessar,
Enchendo de perfume todo o ar.

O brilho, eu bem sei, do seu olhar
É capaz de uma estrela ofuscar;
Mas o que lhe ofereço, com ardor,
É tão somente amor e mais amor.

SONHO DOURADO


 SONHO DOURADO
Lairton Trovão de Andrade

Ah! fui eu, fui eu somente
Que cheio de ilusão contente,
Criei o seu mais lindo sonho.
- Era sonho dourado de amor.
Mas, um dia, você se acordou
E o sonho dourado se acabou...

Ah! sou eu, sou eu somente,
Quem chora, agora, reticente...

AMOR MAIOR NÃO HÁ


AMOR MAIOR NÃO HÁ
Lairton Trovão de Andrade

"Ninguém tem maior amor do que aquele
que dá a sua vida por seus amigos". "
           Jo. 15,13)


Não há amor maior, não há, não há,
O que aquele que, em mil anos, se dá:
Não vê no mundo nada a desejar,
Além do bem do espírito pra amar.

Não há amor maior, não há, não há,
Do que aquele que, em mil anos, se dá:
Sem egoísmo algum no coração,
Cede de graça amor sem rejeição.

Não há amor maior, não há, não há,
Do que aquele que, em mil anos, se dá:
Para a felicidade vir a alguém,
Doa a camisa... e até o que não tem.

Não há amor maior, não há, não há,
Do que aquele que, em mil anos, se dá:
Em sacrifício, vive até morrer,
Pra que então possa alguém sobreviver.

Não há amor maior, não há, não há,
Do que aquele que, em mil anos, se dá:
Procura dar conforto para alguém,
Mesmo que viva sempre sem ninguém;.

Não há amor maior, não há, não há,
Do que aquele que, em mil anos, se dá:
Suplica aos céus, com força, em oração...
E transforma o inimigo em novo irmão.

Não há amor maior, não há, não há,
Do que aquele que, em mil anos se dá:
Lava as chagas do irmão - seca seu pranto -
Pra converter-se, um dia, em mais um santo.


domingo, 18 de agosto de 2013

VIA CRUCIS


 VIA CRUCIS
Lairton Trovão de Andrade

Eu te vi, um dia,
chorando na rua,
com alma partida,
de esperança nua;
eu te vi morrendo
- negra solidão! -
E não vi ninguém
pra te dar a mão.

Eu pude sentir
o teu sofrimento,
triste e abandonado
- longo esquecimento;
eras pusilânime
na tua grande dor
e ninguém, por ti,
teve algum amor.

Parecia mesmo
que o teu nascimento
"fora passaporte
para o sofrimento".
Dissera o destino:
- Terás vida escrava!
E cumpriu-se à risca
aquela palavra.

Mas o teu calvário
vai se desfazer:
Ressuscitarás,
terás novo ser.
vencerás a morte
com força serena;
Hás de ser feliz,
terás vida plena.

Levanta a cabeça,
contempla o horizonte,
transporás o vale,
galgarás o monte.
E tantos covardes
verão tua glória,
vencendo o destino,
cantando vitória.


TROVAS


TROVAS
Lairton Trovão de Andrade

Há rosas de muito espinho
que nos dá prazer e graça;
há rosa que, sem carinho,
apenas nos traz desgraça.

***

A cor de quem é feliz
é como a do céu azul;
é isso que a gente diz
sob o Cruzeiro do Sul.
        
       ***       
 
Ó trova, tu me consomes!
Minha terra é Pinhalão,
o meu bairro é Vila Gomes,
sou da Família Trovão.

sábado, 10 de agosto de 2013

O REI DOS ANIMAIS


 O REI DOS ANIMAIS
Lairton Trovão de Andrade
 
O homem é rei da criação,
O leão, rei dos animais.
Se do homem a luz da razão
O rei dos animais tivesse,
Teria ele algo mais
E seria, com certeza,
Um super leão.


domingo, 4 de agosto de 2013

GRANDEZA DO PAI


GRANDEZA DO PAI  
Lairton Trovão de Andrade
 
Incomensurável
é o valor do pai,
sem medida,
a magnitude da mãe.
Entretanto,
quão fácil falar da mãe,
quão difícil falar do pai.

Poemas abundantes
cobrem o mundo em honra da mãe,
Parcos são os que celebram
a grandeza do pai.

A mãe desperta-nos
o sentimento mais puro
do amor humano,
enquanto o pai nos sugere
os passos da razão
numa caminhada segura.

A humanidade,
sem a mãe,  nada seria,
mas, o que seria
sem o pai?

Oh, quanto falei da mãe
Agora que falo do pai!

Contemplo
a elevada dignidade de ser pai.

Deus colocou
potencialidade paternal
em todos os homens,
independente da hereditariedade,
da condição social,
do nível de inteligência
e do poder financeiro.

Para ser bom pai,
não é necessário ser rico,
nem gênio,
nem pertencer a alta sociedade,
muito menos
ser espécime da raça pura.

Frequentemente , o pobre
desempenha melhor a função de pai
do que o abastado poderoso.
É mais fácil encontrarmos
benfeitores da humanidade,
vindos de famílias humildes
do que ver, no seio da História,
brilhar descendentes privilegiados
da riqueza  e do poder.

Ainda que ser pai represente
sublime dignidade,
sua missão caracteriza-se
pela pureza da simplicidade.

Para ser bom pai
é necessário, antes de tudo,
consciência reta,
responsabilidade,
amor constante
qual farol permanente
a iluminar o caminho do filho.

Bendito seja
o trilhar da humanidade,
graças à bênção
da paternidade!

Salve, Dia do Pai!

SEMANA DO ESTUDANTE


SEMANA DO ESTUDANTE
Lairton Trovão de Andrade

Segunda-feira
É dia de ressaca,
Vontade não me ataca
Na escola estudar.

Na terça-feira,
Veloz o dia passa,
Mas eu não acho graça
Em ter que estudar.

A quarta-feira
É dia de namoro,
Seria um estouro
Na escola namorar.

Na quinta-feira
Meu dia de passeio,
Preciso de recreio,
Eu quero descansar.

Na sexta-feira
Eu faço meu recesso,
Já sou grande sucesso,
Não tenho que estudar.

Sábado, então,
É dia de faxina,
Mas eu cruzo a esquina
Na quadra vou jogar.

Domingo, sim,
Que é dia do cristão,
Eu sou um sacristão,
Bobagem estudar.

domingo, 28 de julho de 2013

TROVAS


TROVAS
Lairton Trovão de Andrade

Quem destrói a natureza
traz ao ser vivo o deserto;
sem da natura a riqueza,
virá a miséria, por certo.

***


O cão é parceiro grato,
sempre fiel ao seu amigo;
segue até um dono ingrato
que nem lhe dá um abrigo.

***

Amélia era bela flor,
Bilac sonhava em tê-la;
de dia, cantou-lhe amor
e à noite, só ouviu estrela.

DOCE ESPERANÇA


DOCE ESPERANÇA
Lairton Trovão de Andrade

"Eu sou do meu amado,
  e o meu amado é meu".
(Ct. 6,3)
 
Longo tempo de espera passou,
Novo dia raiou na estação;
Trago n'alma o nosso passado,
Pra revê-la com toda emoção.

Na memória, bem viva, a guardei,
Eu só tive você na saudade,
Suspirei encontrá-la de novo
- O meu sonho é a felicidade.

Vou dizer-lhe que o amor é maior,
Ele é puro tal como o marfim;
Ele sabe que digo a verdade
- É o amor que jamais terá fim.

De presente , este amor vou-lhe dar,
Vou-lhe dar duas rosas vermelhas;
Matarei a dorida saudade,
Com mil beijos de chama em centelhas.

Tanto, tanto, sonhei com você,
Com paixão esperei esta hora;
Meu desejo é que o trem não atrase
E me traga você sem demora.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

A TEMPESTADE


A TEMPESTADE
Lairton Trovão de Andrade

A tempestade bramindo...
Por sobre a terra o tufão;
São nuvens negras caindo,
Com perigo a povoação.

Relâmpagos rancorosos,
Terríveis raios no céu,
Ciclones vertiginosos
Parecem pôr tudo ao léu.

A água caindo é horror,
A mata freme assustada,
No homem entra o pavor,
A santa reza calada.

É furacão endiabrado
Que mói telhado no chão;
O mundo fica agoniado
- Dilúvio no ribeirão.

Urram as nuvens lá fora,
A vida fica cinzenta;
O crente pra Deus implora,
Já nem mais há palha benta.

"Deus nos livre da procela,
Que lança tudo pro ar,
Faz machão virar donzela
E o pobre do ateu, rezar".
 

LACRIMOSA


LACRIMOSA
Lairton Trovão de Andrade

"No meu leito, durante a noite,
 busquei aquele que meu coração ama.". (Ct.3.1)


A tu'alma  é triste
Qual funério sino,
Que traça o destino,
Soluçando a sorte;
Ao cair da tarde,
Terríveis anseios
Oprimem teus seios
Com odor de morte.

A tu'alma é triste
Como a mãe ferida,
Que já vê perdida
Sua filha amada;
Ao cair da tarde,
Transpassada em dores,
Padece calada.

A tu'alma é triste
Tal como o violino,
Que gagueja um hino
Com falhada voz;
Ao cair da tarde,
Só restam escolhos,
Que teus triste olhos
Avistam a sós.

A tu'alma é triste
Tal como o condor,
Que o vil caçador
Expulsou do ninho;
Ao cair da tarde,
A tu'alma cora,
Consternada chora
Por um só carinho.

A tu'alma é triste
Como o bandolim,
Que chorou por mim
Triste despedida;
São os teus cabelos
Do triste salgueiro
Ramagem caída.

A tu'alma é triste
Como o som da gaita,
E com balalaica
Acentuou seu choro;
Ao cair da tarde,
Faça uma oração
Que os anjos irão
Abençoar-te em coro.

domingo, 14 de julho de 2013

QUEM É ESSE


 QUEM É ESSE
Lairton Trovão de Andrade

Quem é esse que surge no mistério,
Que tem olhos diferentes,
Que transforma tristeza em alegria,
Dor, em prazer,
Lágrima, em riso,
Ódio, em benevolência,
Guerra, em paz?!

Quem é esse
Que dá cores aos sentimentos,
Que incendeia paixões,
Que traz realidade aos sonhos,
Que concede eternidade ao amor?!

Por ventura,
É um mágico, um dramaturgo, um santo?
- Não, não!
O mágico é ilusionista,
O dramaturgo é do "faz de conta",
O santo está mais no céu que na terra...

Quem é esse, então,
Que, sem ser Deus, opera milagres,
Que traz o perdão,
Que promove a paz,
Que diz: "Você é meu irmão,
Aqui é o paraíso, mas nosso céu é Deus"?!

Ah, esse é, ao mesmo tempo,
Mágico, dramaturgo, santo,
Porque é simplesmente... simplesmente o poeta...

Ah, o poeta!..
Apesar de pequenino, é maior que a terra!
- Estrela viva que ilumina corações
E que, mesmo depois de morto,
Sua luz iluminará o mundo
Com a seiva do amor que traz felicidade aos puros
E humanidade aos corações selvagens...
Esse é o poeta...
Ah, o poeta!..

FLOR DOS VALES


 FLOR DOS VALES
Lairton Trovão de andrade

"Eu sou a açucena dos campos,
a flor dos vales" (Ct. 2.1).



Oh, flor dos vales
A transpirar
cheirosa,
Face de pétala
De suavidade airosa,
A natureza
Te fez tão bela!
Serei teu lírio,
Se és minha rosa!

Pousa soberba
Para que eu vá
Pintar-te...
Ó perfeição,
Que só me fez
Amar-te.
Deixa-me ver:
- Que maravilha!
Serei artista,
Porque és a arte!

Com que meiguice
Te acaricio, Amor!
Com que cuidado
Te afastarei
Da dor!
Que zelo tenho
Por tua seiva!
Sou jardineiro,
Se és minha flor!

O sangue ferve
O seio é úmido
(Eu sei),
Cegam-se os olhos,
Tremulam lábios
(É lei),
O mundo foge
Naquele êxtase...
Se fores minha,
Só teu serei!

Doce visão,
Felicidade
A minha;
Sonho e lirismo
No peito meu
Se aninha;
Luz de esperança
No horizonte;
Sou eu teu servo
Porque és rainha.

O TEMPO PASSA


O TEMPO PASSA
Lairton Trovão de Andrade

Tem valor somente o bem,
pois depressa o tempo passa;
na vida, um vai, outro vem
- torna-se tudo fumaça.

Troquemos a prepotência
por uma linda humildade;
tenhamos sempre clemência
e terna fraternidade.

Se eu tivesse o mundo inteiro,
mas não tivesse um amigo,
viveria em cativeiro,
correndo sério perigo.

Não quero nenhum orgulho
nem viver como os sandeus.
tiro de mim todo entulho
que me impeça de ver Deus.

NESTE FRIO


NESTE FRIO
Lairton Trovão de Andrade

Neste frio que assola tudo,
cobertor é todo em vão.
O que me aquece, contudo,
é o seu doce coração.

Quem dera sempre tivesse
o seu carinho e calor,
pois você é quem me aquece
com seu primoroso amor.

Meu coração, por ti, clama,
nesta minha solidão.
Só você é viva chama
a me incendiar de paixão.

Seja minha eternidade
com esse amor que me inflama!
Seria a pior crueldade
ver apagada essa chama!

sábado, 15 de junho de 2013

NAMORAR


NAMORAR
Lairton Trovão de Andrade

Namorar é um gostar exclusivo,
é felicidade num buscar,
– é ter, no coração, o paraíso...

Namorar é fogo abrasador
da alma em chama deliciosa,
- é querer alguém só por amor...

Namorar é o abrir-se de flores
de emoções mil em suspiros,
quando se encontram amores...

Namorar é o suspiro terno,
querendo a eternidade do tempo
numa hora de amor eterno.

À PRIMEIRA VISTA


À PRIMEIRA VISTA
Lairton Trovão de Andrade


À vez primeira que então a vi,
Estranha coisa viveu comigo:
Felicidade imensa eu senti,
Talvez,  sonhando com novo abrigo.

Jamais senti uma coisa assim
Que me prendeu este coração.
Tão de repente, senti em mim
O ardor em fogo de uma paixão.

Sorriu-me a vida em feliz concerto,
Vibrou meu ser em plena harmonia;
Naquele tempo, tudo perfeito,
Sorriu  minh´alma com que sentia.

Ao ver você pela vez primeira,
Tive paixão por doce  conquista;
E contemplei-a – linda e faceira...
E o amor senti à primeira vista.

TEU OLHAR


TEU OLHAR
Lairton Trovão de Andrade

Este teu olhar em mim,
que seduz todo meu ser,
perfuma-me qual jasmim
e me inebria o viver.

Teu olhar é cativante,
por ele vivo a sonhar;
vale mais que ouro brilhante,
mais que o céu, a terra e o mar.

Sou feliz a todo instante,
não me cansa o caminhar;
não vivo sem rumo, errante,
– tenho a luz do teu olhar.

O universo é multidão,
muitos olhos a vagar;
mas eu vivo com paixão
sob o amor do teu olhar.

Não deixes o amor passar
nem me abandones jamais!
Busco sempre o teu olhar
 – Ele é seguro,  é meu cais !..


FESTA JUNINA


 FESTA JUNINA
Lairton Trovão de Andrade

Que festa de arromba! Festejos aqui!
Quadrilhas, sem conta, que dançam ali.
Crianças alegres rodando no chão...
Com chuva ou sem chuva, que viva São João!

Salgados e doces, pipoca e quentão,
Há broa cheirosa, batata e pinhão;
E grita no fone o bom locutor:
– "É linda! É vermelha! É a maçã do amor"!

Maçã eu não quero, meu bom professor!
Mas diga somente: "O que vale o amor"?
Crianças alegres rodando no chão...
Com chuva ou sem chuva, que viva São João!

Fogueira apagada não queima carvão,
Pro céu já não sobe essa luz do balão;
Não vejo nem mesmo no chão o buscapé,
– "Anima essa festa! Põe fogo, Seu Zé"!

Maçã eu não quero – lambuza, Senhor!
Eu quero é ficar com dois olhos no amor;
Por uma maçã, ficou Eva na mão,
Com seu engasgado com nome de Adão.

E cai muita chuva... A fogueira apagada,
Com toda alma ardendo na brasa calada,
Ateia, com chamas, o fogo e o calor,
– Fogueira nos olhos é brilho do amor.

Que festa de arromba! Festejos aqui!
Quadrilhas, sem conta, que dançam ali.
Com chuva ou sem chuva, não sou o Camões,
"No caixa estão trinta que valem  milhões".

LUA DOS NAMORADOS


LUA DOS NAMORADOS
Lairton Trovão de Andrade

Contempla o clarão da Lua,
pequenina enamorada!
Abre a porta, vem pra rua,
a noite é linda, é prateada!

Vê a noite que flutua,
tudo fulgura em brilhantes;
vem, vestimo-nos de lua,
amemo-nos feito amantes!

É, pois, serenata, então,
no largo sonho da rua;
cantam amor e paixão
entre as carícias da Lua!

Repletos de amor, nós dois,
no balanço de um sonhar,
teremos "feliz depois",
é o que nos diz o luar.

MILAGROSO SANTO ANTÔNIO


MILAGROSO  SANTO ANTÔNIO
Lairton Trovão de Andrade

Santo Antônio protetor
de tantas almas sofridas,
com o milagre do amor,
convertei, pois, minha vida!

Vós  que amastes a Jesus
com sacrossanta paixão,
sede-me caminho e luz
a iluminar o meu chão.

Língua santa, sempre pura,
só por milagre incorrupta,
suplique de Deus a cura
de minha doença corrupta!

Merecestes ter nos braços
o Cristo, Jesus-Criança.
Dai-me estreitar os laços
com Deus, minha Esperança.

domingo, 9 de junho de 2013

O PLANETA BANIDO


O PLANETA BANIDO
(Humor)
Lairton Trovão de Andrade

Foi, no sistema solar,
Banido o pobre Plutão;
Não poderá se salvar
Por ser um planeta anão.

Mesmo sendo grande Pluto,
Seu tamanho é de pigmeu;
Nunca foi anjo impoluto,
Mas também não foi sandeu.

O astro rebaixado, em Praga,
Tem, dos cientistas, a treta;
Com alma dorida em chaga,
Plutão já não é planeta.

Cientistas vão recriando
Planetas e asteroides...
E Plutão vai se somando
Aos ínfimos planetoides.

O tal planeta gasoso,
Pobre coitado em bagaço,
Por um projeto curioso,
Foi parar no fim do espaço.

"Planeta já não sou mais,
Dentre os nove, fui Plutão;
Rasguem todos os anais,
Sou último e choro em vão!

Fui Plutão, perdi a graça,
Sou passado que se esvai,
Vou virar mera fumaça
E chorar meu ai-ai-ai"!

BEIJO ROUBADO


BEIJO ROUBADO
(humor)
Lairton Trovão de Andrade

Minha consciência inda sente,
- Tenho meu ser abalado -
Por algo muito presente
Que outrora tenho roubado.

Não sei mesmo o que fazer,
Sinto-me em grande carência;
Farei tudo - pode crer!
Pra limpar minha consciência.

Meu crime - um beijo roubado
Dos teus lábios meigos, puros;
Sinto-me , agora, encrencado,
Metido estou em apuros.

Por este roubo, me vejo
Ansioso em meu coração;
Devolver quero este beijo
Com juros e correção.

PENTACAMPEÃO NACIONAL


PENTACAMPEÃO NACIONAL
(humor)
Lairton Trovão de Andrade

Chega de tanta balela,
"Penta" é sonho de fã-clube;
Pentacampeão, sem querela,
Só o Santos Futebol Clube*.

Ser cinco vezes campeão,
Difícil, mas acessível;
Porém, sem interrupção,
É coisa quase impossível.

E sucedem-se capítulos,
Cada time luta e tenta,
Busca-se faixas e títulos,
Mas só o Santos tem o penta.

Nada mesmo como a História:
No futebol da Nação,
Viu-se o Santos ter a glória
De grande Pentacampeão.

Muita gente vai rosnar,
Há clube que até lamenta:
Não é fácil conquistar
O título de um só "penta"!

Deixemos de discussão,
Formemos um só fã-clube:
Louve-se o Pentacampeão,
Que é o Santos Futebol Clube.

* Campeão Brasileiro (Taça Brasil):
1961,1962,1963,1964 e 1965.

domingo, 26 de maio de 2013

ELA


ELA
Lairton Trovão de Andrade

Quando num espelho simplesmente olho
E contemplo um fruto de tão linda vargem,
Penso na senhora que há tempo adoro,
De quem gostaria de ver a imagem.

A minha alma jovem, coração filial,
Com saudade, ainda, muitas vezes sente
Os teus leves passos - andar maternal,
Que se aproximava do meu leito quente.

Vinhas de manhã, ó minha mãe querida,
Com a saudação de um maternal sorrir;
Talvez era ledo sonho desta vida,
- O teu testemunho certo do porvir.

Passaram-se verdes e inocentes anos,
Alcancei viver a nona primavera;
De ti me acerquei e te contei meus planos
E feri o amor que no teu seio gera.

Morreram os meses que no nada estão,
Aos amados vindo... acheguei-me a ti,
Sentido inclinei-me e te osculei a mão,
Beijei tua face e, chorando, parti.

Já no despontar da minha vida a aurora,
Sem levar em conta esta separação,
Lês em mim com alma que festiva chora:
"Mãe, sou coronária do teu coração".

Agora compreendo porque muito me amas
- Porque sou semente do teu próprio ser;
Como a luz do Sol de calorosas chamas,
Tu a mim aqueces com o teu viver.

O filho que tens, com especial carinho,
Beijando tua fronte que tão longe mora,
Vem pedir-te, agora, a bênção bem baixinho,
Deixando a tua alma que saudosa chora.

SEPULTURA


SEPULTURA
Lairton Trovão de Andrade

Foste hoje, do inverno, a palidez,
Indiferença de uma lua fria,
Garoa mórbida em languidez,
Retrato da esperança em agonia.

A musa que inspira sofrimento,
Deusa feroz a oferecer inferno,
Horas longas de um dia de tormento,
Assassinato de um amor eterno.

O amor sublime é sempre superior,
Seus grilhões não se prendem na paixão;
Não tem por fim disseminar pavor
Com ferrões invisíveis de prisão.

Queres saber como se mata o amor
- O amor parceiro de carinho e zelo?
Dá-lhe da indiferença o seu horror
E, como xeque-mate, o olhar de gelo.

Despreza com furor o teu parceiro,
Nega-lhe gestos de carinho, enfim,
Provocando-lhe ciúme com terceiro
E verás que o amor terá seu fim.

terça-feira, 21 de maio de 2013

BÊNÇÃO DE SANTA RITA


BÊNÇÃO DE SANTA RITA
Lairton Trovão de Andrade

Dai-nos a bênção, ó Santa Rita,
Dos nossos males vem nos curar;
Dai-nos viver vida contrita
E que possamos a Deus amar.

Dai-nos a bênção, ó Santa Rita,
Do bom Jesus o seu perdão;
E pela Cruz santa e bendita,
A graça imensa da salvação.

ERROS MEUS - ERROS SEUS


ERROS MEUS - ERROS SEUS
Lairton Trovão de Andrade

Cansado estou de versos escrever,
A minha musa é inspiração temática;
Ela me infunde o fácil entender,
Mas não me ensina as regras da gramática.

A ênclise, às vezes, devo usar,
Com frequência, também surge a mesóclise;
Difícil de escever o que falar!
- Uso ênclise, mesóclise ou próclise?

A Língua Portugesa é "Flor do Lácio",
Por entre espinhos, vejo o "qui, quae, quod";
O Latim é da lusa o prefácio,
- Sem tal semialogia, o que se pode?!

Aí está o "xis" desta equação;
- Bem diferente é a língua britânica;
Em Latim, minha escrita é aberração
- Tudo (quem sabe?) é regra de semântica.

E o meu digitador de profissão
Não corrige nenhum dos erros meus;
E a sua impressora, em ação,
Imprime, além dos meus, os erros seus.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

AMOR DE MÃE


AMOR DE MÃE
Lairton Trovão de Andrade


Mãe,
Não terás trocadilhos imortais,
Nem lágrimas de lirismo,
Nem a suavidade de um poema
Neste quadro de veneração filial.

Terás a gratidão perene,
O coração contrito,
Os anseios,
Os suspiros
Dos teus filhos
Em oração:

Mãe,
Que belo tema!
Que bela sinfonia!
Que belo amor é o teu!
És a expressão do Criador,
A pupila do nosso lar,
A essência feminina,
A sensibilidade
Do amor humano.

O teu amor
Não tem crise,
Não tem fracasso,
Não tem rival.
– Ele é puro,
Absoluto,
Inefável
Como os mistérios divinos...
Que filho
Não quer gozar
Do teu amor?!

...........................................

Como os pássaros
Que suspiram
Pelos ares campesinos,
Suspiramos, sôfregos,
Pelo teu amor,
Que não tem interesse próprio,
Que não tem malícia,
Que não tem paixão.

Quando teus lábios dóceis
Sorriem em doce enlevo,
Quando teus olhos,
Já no entardecer,
Volvem para teus filhos,
Sentimos, em profundo silêncio,
Que deverias ser imortal.

.............................................

Sem ti,
Somos o sabiá perdido
Na melancolia do deserto,
O rouxinol que, ferido,
Não canta mais.
És muito grande
Para que a morte macabra
Venha tocar
Com seus dedos mortuários,
No teu ser miraculoso,
Sagrado,
Imenso.

És maior
Que a plenitude do universo,
Uma gota de orvalho
Mais intensa que o oceano,
Um instante mais duradouro
Que o século.

Guarda sempre teus filhos
Debaixo das asas do teu amor!
Lá existe
Segurança
E paz.

....................................

Sejas o anjo amigo,
O brilho do Sol!
Sejas forte
Como o rochedo
Do mar bravio,
Constante
Como a eternidade,
Fiel
Como os serafins de Deus!

Mãe,
Tudo cessa,
Tudo se acaba,
Tudo morre neste mundo de surpresa,
Mas que não cesse nunca,
Que não morra eternamente
O teu sublime
AMOR DE MÃE!